Os cerca de 30 pacientes que dependem do serviço de nefrologia prestado pela Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul terão alterações na rotina. A única médica responsável pelo serviço na unidade rescindiu ontem o contrato e o hospital ainda não contratou um substituto. A expectativa é de que os atendimentos sigam sendo prestados pela equipe técnica ou que os pacientes sejam encaminhados a Pelotas ou Camaquã.

A secretária de Saúde de São Lourenço do Sul, Arita Bergmann, garante que o município tem logística para transportar os pacientes. "O atendimento não será paralisado", afirma. Representantes da cidade irão se reunir hoje com um hospital pelotense para avaliar a possibilidade de parceria. Caso os cuidados sigam sendo feitos no município, ficarão temporariamente a cargo da equipe técnica, supervisionada por um médico responsável.

Uma solução definitiva para o problema já está sendo tratada. De acordo com Arita, três médicos manifestaram interesse em trabalhar na Santa Casa e dois deles já viajaram até São Lourenço do Sul para conhecer a cidade. "Um dos médicos tem a possibilidade de começar a trabalhar em 1º de junho", comenta.

Situação financeira complicada
Assim como outras Santas Casas da região, o hospital de São Lourenço do Sul passa por problemas econômicos. Arita Bergmann comenta que o déficit nas contas chegou a R$ 13 milhões por ano. Nos últimos meses as dívidas começaram a diminuir e hoje estão em R$ 8 milhões. "Uma nova gestão assumiu o hospital em fevereiro e vem replanejando as metas", fala.

Ela frisa também que o trabalho junto à comunidade é importante para reerguer o hospital. Como exemplo, cita a parceria com a Associação Comercial e Industrial da cidade. A entidade promoveu um jantar em apoio à Santa Casa. Também está organizando carnês onde as pessoas contribuem com um valor fixo mensal. O dinheiro será usado na compra de insumos como medicamentos e materiais de higiene.

O Diário Popular tentou contato com a administração da Santa Casa de São Lourenço do Sul, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Frente Parlamentar
Em todo o Estado, mais de cinco mil pacientes realizam tratamento de hemodiálise ou diálise peritoneal. Do total, 90% é atendido pelo Sistema Único de Saúde. A situação motivou a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Nefrologia Gaúcha, instalada ontem na Assembleia Legislativa. O objetivo da frente é debater as necessidades dos pacientes e médicos da área, além de articular melhorias nos atendimentos.